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EXPOSIÇÃO:
"OUTROS ALFABETISMOS"

Exposição "Outros Alfabetismos"

Começa com uma provocação em que: “O analfabeto do futuro não será quem não sabe escrever, e sim quem não sabe fotografar”. A afirmação, presente em “Pequena História da Fotografia” (1986, pág. 107), de Walter Benjamin, é, na verdade, de Moholy-Nagy, brilhante professor da Bauhaus, e guarda em si um tom profético. Também Dondis (2007), em seu livro Sintaxe da Linguagem Visual, fará referência a tal contundente afirmação, dizendo que

a força cultural e universal do cinema, da fotografia e da televisão, na configuração da autoimagem do homem dá a medida da urgência do ensino de alfabetismo visual (...). Em 1935, Moholy, o brilhante professor da Bauhaus, disse: “os iletrados do futuro vão ignorar tanto o uso da caneta quanto o da câmera (pág. 4)”. 

É da contundência e caráter profético da sentença de Moholy-Naghy que partimos para analisar e afirmar a necessidade deum estudo sobre da imagem, identificando-a com a contemporaneidade e com o próprio fenômeno da educação. Entendemos que a imagem é uma entrada privilegiada, uma espécie de senha de acesso, ao tempo contemporâneo, permitindo que decifremos (potencialmente) os impasses (e soluções) para os desafios educacionais no séc. XXI. Segundo Morán (apud OROFINO, 2005), “a criança chega à adolescência depois de ter assistido a 15 mil horas de televisão e mais de 350 mil comerciais, contra menos de 11 mil horas de escola. A televisão é agradável, não requer esforço e seu ritmo é alucinante. É sua primeira escola. Quando chega aos bancos escolares, já está acostumada a essa linguagem ágil e sedutora. E a escola não consegue chegar perto dessa forma de contar. A criança julga-a a partir do aprendizado da televisão (pág. 51)”. Apesar da percepção mais ou menos nítida que temos dessa realidade, e da contundência dos números, temos sistematicamente nos recusado a pensar o fenômeno da educação associado à imagem e a sua presença maciça através de uma cultura de massa.

Exposição do “Outros Alfabetismos” ocorreu no hall do conjunto de módulos da Faculdade de Educação, UFRJ/Praia Vermelha, atingindo um público de 360 pessoas. Essa exposição incluiu elementos visuais da performance Jornal Vivo e trabalhos de conclusão de curso da turma de Filosofia da Educação do curso de Pedagogia.

Ao pensar na estrutura visual da exposição, tive o cuidado de estabelecer diálogos entre as peças, de uma forma em que elas conversassem, tanto as escolhas das imagens, quanto da tipografia provocam um impulso, atrelado ao trabalho dos alunos que expuseram os seus trabalhos de final de período, formaram uma simbiose de novas realidades.

 

Concepção da Exposição: Angela Medeiros Santi, Jonatã Souza Pereira e André Luís Perret

Direção e Produção Visual: Jonatã Souza Pereira   

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